Categoria exige reajuste salarial de 8%.
Funcionários dos Correios do Ceará continuam paralisados mesmo depois
de o vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Emmanoel Pereira, ter declarado abusiva a greve da categoria.
De acordo com o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Correios,
Telégrafos e Similiares do Estado do Ceará (SINTECT-CE), Luís Francisco
Moreira Santiago, a paralisação deve permanecer já que foi uma decisão
tomada de forma nacional e aprovada pela Federação Nacional dos
Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares
(Fentect).
"Vamos sim manter a paralisação. Temos que reforçar que a decisão foi
tomada em conjunto com outros estados nacionais. Manteremos porque a
decisão foi em assembleia nacional em conjunto e em acordo com a
Fentect".
Os Correios informaram que, no Ceará, a paralisação não afeta os
serviços de atendimento e está concentrada na área de distribuição.
Adesão
A adesão ao décimo de greve dos Correios no Ceará é de 70%. Segundo
Santiago a reivindicação da categoria é referente ao reajuste salarial
de 8% e à manutenção de benefícios, entre eles, a criação de concurso
público e plano de saúde que, segundo os trabalhadores, havia sido
acordado previamente, mas a empresa não cumpriu.
Outra preocupação do sindicato é a segurança. Preocupação nacional,
conforme Santiago. O coordenador do SINTECT-CE afirma que das 212
agências dos Correios existentes no estado 175 não terá mais segurança
armada o que vai colocar a segurança dos funcionários e da população em
perigo. “Se com segurança armada já acontecem os assaltos, imagina sem
segurança. É outra preocupação da categoria, não só em âmbito local como
nacional”, disse.
A categoria está reunida nesta sexta-feira (29) no Centro de
Distribuição dos Correios, da Avenida Oliveira Paiva, na Cidade dos
Funcionários, em Fortaleza.
Negociação sem sucesso
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e
Telégrafos e Similares (Fentect) foram mais de 50 dias de negociação,
sem sucesso. Entre os motivos da greve estão o fechamento de agências
por todo o país, pressão para adesão ao plano de demissão voluntária,
ameaça de demissão motivada com alegação da crise, ameaça de
privatização, corte de investimentos em todo o país, falta de concurso
público, redução no número de funcionários, além de mudanças no plano de
saúde e suspensão das férias para todos os trabalhadores, exceto para
aqueles que já estão com férias vencidas.
A paralisação envolve os trabalhadores dos sindicatos de Alagoas,
Amapá, Amazonas, Bahia, Brasília (DF), Campinas (SP), Ceará, Espírito
Santo, Goiás, Juiz de Fora (MG), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Ribeirão Preto (SP),
Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Maria (RS), Santos (SP),
São José do Rio Preto (SP), Sergipe, Santa Catarina, Uberaba (MG) e Vale
do Paraíba (SP).
Segundo a Fentect, a paralisação é parcial, com redução de funcionários nas agências.
Por G1 CE
Com informações do G1 Ceara