
Inspirados
pela necessidade, os alunos desenvolveram uma solução para amenizar a
seca com custo de produção de apenas R$ 60. Pela sua eficácia, o projeto
já possui uma proposta de industrialização de autoria do empresário
Gilmar Bender, proprietário da Bendermix e Tecnolity, empresas de
concreto e de calçados, respectivamente.
Projeto na prática
O
trabalho propõe a construção de um sistema, de baixo custo, a partir de
materiais acessíveis, onde a energia motriz é advinda da energia solar,
que por destilação tende a melhorar as características das águas
residuárias. A construção do sistema diminui o descarte inadequado
e aumenta a oferta de água limpa.
O
sistema foi construído no solo, em profundidade adequada ao uso de
instrumentos de escavação manual, e para a água não infiltrar no solo, a
estrutura é impermeabilizada, com sacolas de cor preta, para melhor
absorver o calor e potencializar o processo de evaporação. A água
resultante foi utilizada para irrigar, por gotejamento, uma horta de
alface e coentro, desenvolvida em um canteiro com solo salinizado,
pouco fértil, afim de acompanhar o desenvolvimento das sementes e
possíveis mudas.
Após
a utilização da água resultante do sistema na horta, constatou-se que
as mudas cresceram em média 10% a mais do que o tamanho informado na
embalagem das sementes, superando todas as expectativas. Concluiu-se
também que a água pode ser utilizada em diversas atividades, dentre elas
as agrícolas e as domésticas. O trabalho produz de 2 a 3 litros de água
em um período de 3 dias.
Prêmios
Também
estiveram presentes na FEBRACE/USP, onde foram conquistaram seis
premiações, dentre elas o prêmio Unesco de inovação, segundo lugar geral
nas engenharias agrárias e o prêmio Inovação ABRIC. Nesta ocasião, o
grupo também alcançou o prêmio Professor Destaque FEBRACE/USP 2014. Além
destes, participaram de um concurso cultural em um programa de TV onde
conquistaram o primeiro lugar e um prêmio de R$ 30 mil. Todas as
participações são registradas no blog do grupo.A
partir de apresentação de seminários e trabalhos científicos em sala de
aula, os alunos se sentiram motivados a investir nos experimentos,
participando de maratonas e olimpíadas de química. Com o apoio do
professor, eles acreditaram e não pararam mais. Participaram da I e II
Expo-MILSET Brasil, em Fortaleza, onde ganharam o credenciamento para a
AMLAT, que acontecerá em Mendellin (Colômbia); da Fecitec/MA onde
alcançaram o 2º lugar nas engenharias, sendo credenciados para os
Semlleros em Bogotá, mas não puderam comparecer.
Como começou
“Todos os sábados o professor Ricardo realizava aulas específicas preparatórias para Olimpíadas. Em uma das aulas ele pediu pra que a gente se dividisse em grupos de três, então foi aí que começou a nossa amizade”, relembra Laleska. Foram vários trabalhos desenvolvidos, alguns não deram certo e outros adaptados. Até que Larissa Brenda assistiu um documentário na TV que abordava a sobrevivência no deserto. Em consequência disso, a estudante viu que poderia aplicar a técnica ou adaptá-la e começou a testar no quintal de casa. Depois, convidou os amigos Francisco Júnior e Adelaide Laleska de Oliveira para ajudarem. Finalmente, com a orientação do professor Ricardo Fonseca puderam elaborar o projeto e executá-lo.
“Todos os sábados o professor Ricardo realizava aulas específicas preparatórias para Olimpíadas. Em uma das aulas ele pediu pra que a gente se dividisse em grupos de três, então foi aí que começou a nossa amizade”, relembra Laleska. Foram vários trabalhos desenvolvidos, alguns não deram certo e outros adaptados. Até que Larissa Brenda assistiu um documentário na TV que abordava a sobrevivência no deserto. Em consequência disso, a estudante viu que poderia aplicar a técnica ou adaptá-la e começou a testar no quintal de casa. Depois, convidou os amigos Francisco Júnior e Adelaide Laleska de Oliveira para ajudarem. Finalmente, com a orientação do professor Ricardo Fonseca puderam elaborar o projeto e executá-lo.
No
início foi difícil conciliar o tempo, pois os três alunos só tinham
horário disponível no domingo à tarde. Até que devido às frequentes
reuniões que o projeto exigia, eles conseguiram se organizar. Adelaide
Laleska, que trabalhava e estudava teve que abandonar o emprego para se
dedicar totalmente aos experimentos. “Depois dos prêmios e das
participações nas feiras científicas fomos convidados a dar palestras,
programas de TV e de rádio. Também precisamos aprender a escrever melhor
porque para apresentar o trabalho temos que escrever relatórios com uma
linguagem científica”, explica Laleska de Oliveira.
Os
estudantes passaram por dificuldades pois precisam de dinheiro para
criar banner e folders que seriam utilizados na apresentação. Juntos,
iam ao mercado da cidade vender salgados, pastéis e até uma almofada. A
renda auxiliou com os gastos durante as viagens. Em uma das viagens, o
grupo teve de dormir no aeroporto porque não tinham dinheiro para pagar
mais uma diária no hotel.
Falta apoio financeiro
A
grande dificuldade é que o trabalho dos alunos e do professor é
voluntário. Os editais que surgem só beneficiam doutores, com titulação
mínima. Como o professor Ricardo Fonseca está terminando o mestrado
ainda não pode ser beneficiado com os editais. Dessa forma, alimentação,
transporte e hospedagem ficam por conta do grupo.
Esses
gastos são necessários porque para a implantação do projeto é
necessário coletar dados e amostras do local, ou seja, o deslocamento
até o lugar onde o experimento será implantado é imprescindível. “O IFCE
ajuda com os materiais, que são de baixo custo, mas gasolina, comida e
todo o resto é por nossa conta”, declara Ricardo Fonseca.
Além
do Água Renovada, o professor orienta 11 trabalhos científicos que
estão em andamento, dois projetos que seguem mesmo após os alunos
concluírem os estudos no IFCE e outros que não podem ser citados. “Em
virtude da grande concorrência no campo das ideias, pode atrapalhar a
pesquisa e temos que levar em consideração o plágio e os direitos
autorais”, justifica o docente que está há 34 anos na profissão. Fonseca
é biólogo e químico, mas considera a carreira de professor como paixão.
“Ser professor, é tudo, poder fazer a diferença na vida dos outros
influencia diretamente na minha, amo esta profissão”, revela.
Felizes
com os resultados, os alunos destacam a importância em ter um professor
para orientá-los. “Todo ano ele faz uma festinha e entrega os
certificados nos parabenizando. Então vimos que era vez de homenageá-lo,
então preparamos uma festinha e entregamos a ele o certificado de
‘Professor Exemplar’. Ele ficou muito feliz e nós mais ainda em tê-lo
como nosso amigo”, relembra Laleska.
Preparação internacional
O IFCE dá um auxílio e os jovens buscam patrocínio para os gastos da viagem. Para a apresentação
do Água Renovada em Medellín (Colômbia) eles conseguiram o apoio do
empresário Gilmar Bender, que pagou as passagens aéreas. Além disso,
Júnior, Laleska e Larissa consultaram uma professora do IFCE para
traduzir o trabalho para o espanhol. A apresentação oral também foi
traduzida e os alunos, que não são fluentes da língua, estão treinando
as orientações dadas pela professora. “Estamos muito empenhados e nos
preparando para fazer uma boa apresentação. Queremos mostrar às pessoas
que nos ajudaram que vale a pena investir em ciência”, conta Adelaide
Laleska.
Fonte: Tribuna do Ceará